domingo, 27 de março de 2011

Prova de Redação em Concursos.


Delion Teixeira Pereira
Absurdo da Prova de Redação em Concursos
Antes que me perguntem, sim eu já fiz concursos com provas de redação e sim eu já rodei em concurso devido à prova de redação, mesmo que na prova objetiva de português, eu tenha obtido uma boa nota. Mas vamos aos argumentos da tese.
Antes de uma prova de redação geralmente existe uma pequena reportagem, que servirá para nortear o tema. Todos nós sabemos que o papel aceita tudo, então eu te pergunto: - O fato de um jornalista criar uma reportagem, não significa que ele seja especialista na matéria. Ele é sim especialista em colocar emoção noticia, para atrair a atenção do público, deixando os dados técnicos em segundo plano.
Como podemos garantir que aquela reportagem que norteia a redação não foi feita em casa entre uma cervejinha e outra, ou então no transito durante a volta pra sua casa, ou no bar com os amigos ou em alguma reunião informal.
Muitas reportagens contêm dados impossíveis de serem comprovados, por exemplo, reportagens que comparam o desenvolvimento de um país com outros, ou de estados com outros, pois são tantas variáveis e dados técnicos, que qualquer comparação superficial é algo absurdo.
Mas vamos ao texto em si. Facilidade de expressão, não significa exatamente boa intenção, significa apenas que o autor tem habilidade de comunicação. A arte da argumentação e da coesão de argumentos, não é propriedade exclusiva das pessoas bem intencionadas.
Como pode em pleno século XXI, uma pessoa decidir o futuro de outra, baseado apenas em um manuscrito. Se fosse uma entrevista tudo bem, em uma análise coletiva poderia se perceber mais claramente as intenções do candidato, mas através de um papel, fala sério.
Sem contar que as redações às vezes, não são todas corrigidas pela mesma pessoa, ou seja, presume-se então, que pelo Principio da Igualdade, que os corretores sejam exatamente iguais, que interpretem e vejam o mundo de forma absolutamente igual. E todos nós sabemos que isto é impossível.
Vamos a um critério mais técnico. Acentuação por exemplo. Já deu pra sacar que hoje em dia escrevemos só o nome, o resto digita-se. As planilhas de edição de texto, em sua maioria vêm com corretores ortográficos, que não nos deixam errar.
Existe também o argumento que sua redação, embora dentro do tema, demonstrou que seu perfil não é adequado ao cargo pretendido. Só pra lembrar, o corretor provavelmente é um especialista em Português e não um especialista ao cargo pleiteado.
Eu sei que é possível entrar com recurso, se não concordar com a nota obtida. Mas sabemos que os recursos, assim como as inscrições não são gratuitos, exigem viagem até o local, ou remessa postal, sem falar nos recursos judiciais. Tudo isso exige tempo e dinheiro.
Só para lembrar, uma das pessoas mais carismáticas da década, foi eleita ao cargo mais importante do país sendo considerado um dos mais competentes governantes, mesmo que seus discursos de vez em quando tivessem alguns deslizes de ordem gramatical. Será que ele passaria pelo crivo de uma banca analisadora perita em Gramática da Língua Portuguesa?
Outra consideração interessante, dizem que a estética da letra pode influenciar a nota, deve ser o mesmo preconceito que define a escolha entre o feio e o bonito. Todo mundo sabe que estética não quer dizer capacidade.
Minha tese esta defendida. Levantei muitos argumentos consideráveis. Espero que isto provoque reações contrarias e favoráveis. Estou curioso pra saber sua opinião.
delion@conectsul.com.br

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